sábado, 3 de março de 2012

O cachorro que me ensinou a viver e amar a vida

Não tive cachorros quando era pequeno. Até tive, mas meu pai o deu por receio de que ele nos mordesse,pois tinha um comportamento agressivo. No fundo, eu tinha medo de ter um animal de estimação e de sofrer com a perda, quando ele morresse.
E assim seguiu a vida. Até que minha sobrinha ganhou um poodle,há quase 16 anos. Confesso que me apaixonei quando conheci a figura, parecia uma bolinha de neve, de tão branquinho e gordinho.Não teve jeito,adotei o Doug como meu cachorro também. Aliás, até meu pai que era resistente a animais de estimação se rendeu e tratava o cachorrinho como gente...
O Doug aprontava demais. Comia o chinelo e o sapato de todo mundo e corria, como corria,sempre louco pra fugir e ganhar as ruas. Num desses dias, a rua estava com uma equipe de obras, com máquinas e equipamentos, e o Doug escapou. Foi um desespero, minha irmã correndo atrás dele e os operários da obra também. Um deles gritou:"Nossa,ele parece um coelho". E depois de muito sufoco,o fujão foi capturado.
Uma outra "diversão" dele era ir pra rua e rolar na sujeira, ele fazia isso com uma satisfação, que parece que não se importava em tomar banho depois e lá ia minha mãe dar banho nele.
Dono de hábitos alimentares incomuns pra cachorros, adorava comer frutas e legumes, além de queijo e chocolate, como ele adorava chocolate. Destruiu também um grande pedaço do bolo de aniversário da minha sobrinha, abocanhando com vontade e satisfação o que podia. Mas uma de suas melhores traquinagens foi comer quase uma picanha inteira, que derrubou com maestria do fogão, sem que ninguém notasse. Isso ele também fazia com o queijo fresco que chegava do sítio,ia direto da pia da cozinha pra sua barriga.
Mas o que era incrível nele era como conseguia captar nossos sentimentos. Se estávamos alegres,ficava alegre,se estávamos tristes, ele ficava triste. E como gostava de ficar entre nós, como curtia a família reunida e é claro, ele sendo o centro das atenções.
Ontem ele dormiu pra sempre. Viveu incríveis 15 anos e 6 meses de idade.Sua partida trouxe muita tristeza para quem o amava,mas nem ele tem noção das lições de vida que me deixou: ser simples, amar a vida e as pessoas,aproveitar o dia pra uma caminhada e ser quem se é. Afinal, ele era cachorro e amava ser cachorro, o melhor amigo cachorro que eu tive em minha vida...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Campeonatos Estaduais ou mudam ou morrerão

A fórmula de disputa do Campeonato Paulista de Futebol, assim como a de outros estaduais, está levando o torcedor a se desinteressar pelo torneio, como comprova a decepcionante presença de público nos estádios.
Até os anos 80, os campeonatos estaduais eram disputadíssimos e a conquista do torneio era comemoradíssima pelas equipes. A partir dos anos 90, com a maior valorização dada pelos clubes brasileiros a torneios como a Libertadores e com a criação da Copa do Brasil, os estaduais se tornaram monótonos e com poucos atrativos.
Atualmente 20 equipes disputam a série A do Campeonato Brasileiro e, absurdo, também 20 equipes disputam a série A do Paulista. Ora, não há lógica nisso, o mesmo número de clubes no torneio nacional e no estadual. O Paulista comporta, no máximo, 8 equipes competitivas, as outras fazem o papel de coadjuvantes e têm enormes dificuldades para se manter durante os oito meses do ano sem o campeonato estadual.
A criação de um campeonato entre as pequenas e médias equipes do estado com calendário de disputa durante o ano todo pode ser uma saída. No ano seguinte os quatro primeiros colocados enfrentariam os 4 grandes (Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos) em jogos de mata-mata, numa disputa que não duraria mais que 2 meses e com jogos aos finais de semana. É uma proposta.
O que não dá é pra continuar como está: o outrora glorioso "Paulistão" se transformou num moribundo "Paulistinha".