sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Geração Prozac

Assisti a uma entrevista de um psicanalista, dias atrás, na qual ele dizia que a sociedade moderna não sabe lidar com sentimentos naturais do ser humano, dentre eles com a tristeza. A "ditadura da alegria" ditada pelas revistas "Caras"da vida, onde os sorrisos são fáceis e mostrar os dentes é uma obrigação. Resultado disso é a venda, cada dia mais intensa, de anti-depressivos para contornar as sensações que desagradam cada um de nós.
Com o fim da segunda guerra mundial, a maior potência (Estados Unidos) exportou para o mundo o estilo americano de viver, que prega beleza e riqueza para todos. A impossibilidade de todos alcançarem estes ideais, trouxe a frustração coletiva, que alavancou a venda de remédios e o crescimento exorbitante da indústria farmacêutica.É claro que perdas como o luto por um familiar, trazem consigo a necessidade de um acompanhamento médico e provavelmente o uso de medicamentos, o que incomoda é a banalização do uso de remédios para se "sentir melhor".
Isto tudo sem falar da compulsão por comida, jogos, sexo e bebidas alcoólicas que são outras maneiras de fugir da depressão e do vazio existencial.
Entretanto, uma certa dose de tristeza no ser humano é natural, e até mesmo saudável, pois só assim ele dará valor à alegria. Sem a escuridão, não haveria a luz. Aprender a conviver com este tipo de sentimento é fundamental, afinal, mais cedo ou mais tarde, cada um de nós será obrigado a lidar com isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário