sábado, 13 de agosto de 2011

Obrigado, Papai

Amanhã é o Dia dos Pais. Como data comercial, não mais me serve, pois há quase 12 anos meu pai se foi e não tenho mais que comprar algo para lhe dar de presente.
Entretanto, com o passar dos anos, reflito e compreendo a importância que ele teve em minha vida.
Meu pai era um sujeito sisudo, que pouco brincava, sério, expressava seu amor e carinho aos filhos de uma maneira bem peculiar: era um ótimo cozinheiro e fazia pra cada um de nós, o prato preferido, que no meu caso eram vários: feijoada,churrasco e lasanha. Feitos por ele eram sensacionais.
A vocação para ser jornalista veio dele. Quando eu tinha 6 ou 7 anos de idade, meu pai era representante comercial de jornais em Bofete, pequena cidade do interior paulista, e às 6 e meia da manhã, estávamos nós dois a esperar o ônibus que vinha com os jornais da capital. Nos dividiamos e saíamos a entregar os jornais para os assinantes da cidade.
Logo, estava eu na escola a redigir o jornal do Grêmio Estudantil, que era uma associação de estudantes eleita pelo voto direto dos alunos. Aí a outra paixão que herdei dele: a política.
Quando fui eleito vereador, ele se empenhou na campanha como se fosse a dele mesmo, e não escondia a satisfação do fato de eu ter sido o mais votado. Satisfação que ele também tinha quando me ouvia falando na emissora de rádio, aos 15 anos de idade. Mas sempre me cobrando: "Melhore na gramática, seja mais enfático em seus comentários". Perfeccionista era meu pai.
Com o passar dos anos, aquele herói da minha infância foi envelhecendo e ficou doente. Aos 30 anos de idade, me transformei numa espécie de "pai do meu pai", pois a doença que o levou à morte, exigia de nós muita atenção e carinho.
Meses antes dele morrer, ouvi surpreso uma confissão de meu pai: "Tenho orgulho do filho que tenho". Fiquei surpreso, porque as manifestações de afeto não eram muito comuns, afinal foi assim que ele foi criado pelos pais dele e, naquela época, manifestar afeto era "coisa pra mulherzinha".
Quase 12 anos sem ele. Amanhã não vai ter a lasanha, nem o churrasco. Mas todo dia, no meu coração, carrego a gratidão e o amor que sinto por ele.
Muito obrigado, papai. Eu te amo...

Um comentário:

  1. Amilton, creio que o amor de Deus se reflete na nossa vida através das pessoas que Ele coloca em nosso caminho.
    Somos muito agraciados por ter tido um pai como o nosso, mesmo lembrando, e hoje sorrindo, das palavras dele: - 'um dia vocês ainda vão me dar valor."
    Na certeza de que, onde quer que ele esteja, está nos vendo neste momento, aproveito sua matéria e vou de carona: MUITO OBRIGADA PAPAI, EU TE AMO DE MONTÃO.

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